sábado, 4 de fevereiro de 2017

Dos Anabatistas aos Batistas Regulres


1 O surgimento dos Anabatistas
Desde os tempos apostólicos houve aqueles que tiveram a Bíblia como sua autoridade, ainda que não fossem chamados batistas, e nem mesmo poderiam concordar com tudo que eles criam e praticavam. Mas o princípio básico da Bíblia como autoridade pertencia a eles como pertence a nós. Por isso, temo-los na conta de nossos antecessores espirituais.
Esses pequenos grupos de cristãos que guardavam a doutrina dos apóstolos não aceitavam os dogmas da igreja oficial, por isso, eram perseguidos pela Igreja Romana, dentre esses grupos podemos destacar: os Montanistas (século II ao século VIII), os Novacianos (século III ao século VIII), os Donatistas, Paulicianos (século VII ao século XVI), os Valdenses (século V ao século XVI), dentre outros.
No século XIV surge outro grupo de cristãos chamados de anabatistas (ou rebatizadores), pois defendiam que a Bíblia ensinava o batismo dos crentes por imersão depois da conversão.
É importante informar que esse grupo não escolheu este nome, ele foi dado por seus inimigos. Os anabatistas defendiam as doutrinas dos apóstolos, as quais eram contrárias à Igreja Romana, por isso, foram grandemente perseguidos não apenas pela igreja católica, mas, também, pela igreja protestante.
Muitos foram queimados vivos, outros afogados. Mais tarde, líderes da Reforma também os perseguiam frequentemente. Embora não haja nenhum elo direto entre esses primeiros grupos, sem dúvida esses anabatistas foram os “precursores” dos batistas.

2 O surgimento dos Batistas
O nome batista deriva do movimento Anabatista, que existia já antes e durante o período da reforma. O termo “anabatista” significa aquele que rebatiza. Este grupo se recusava a aceitar o batismo infantil. É esta a origem do nome atual de “batista”.
As primeiras igrejas Anabatistas a serem chamadas batistas, de acordo com historiadores, foram as igrejas desse nome na Inglaterra e na Holanda no século dezessete. Um ponto importante em relação à origem do nome batista, é que estes não receberam o nome de algum líder humano, como no caso de muitas denominações, porque o movimento não foi fundada, como denominação, por um líder terreno.
Embora o termo, batista, encontre-se na Bíblia referindo-se a João Batista (Mateus 3.1), os batistas não reivindicam essa origem para o seu nome. Uma pessoa que se intitula BATISTA fá-lo porque é membro de uma igreja batista.
Em 1611, um pequeno grupo de pessoas profundamente religiosas deixaram a Inglaterra por causa da igreja oficial. Foram para a Holanda e, sob a liderança de um certo João Smyth, organizaram a primeira igreja “batista”. Muitos desse grupo retornaram à Inglaterra e logo as igrejas batistas começaram a surgir por toda a Inglaterra. Foram perseguidos e caçados, mas aumentaram em número. Na América, a primeira igreja batista foi organizada por Roger Williams, em Providence, Rhode Island, em 1639, porque os puritanos da Nova Inglaterra o expulsaram.
O termo “batista” poderia com propriedade ser considerado sinônimo de cristão bíblico. Os batistas têm procurado moldar suas doutrinas e práticas no padrão das igrejas do Novo Testamento. [...] “A Bíblia como regra de fé e prática”. É verdade que há alguns que levam o nome de batistas hoje em dia, que não sustentam os princípios distintivos dos batistas e realmente não são batistas
Para dizer a verdade, a primeira vez em que esse termo, batista, ficou registrado na história, foi em 1644 na Inglaterra. Esse nome não foi de escolha própria, mas foi dado pelos seus oponentes. O motivo foi a sua posição única na prática da imersão apenas para os crentes. Contudo, eles defendiam outras características bíblicas, mas essa se tornou notável naquele tempo. Não há nenhum organizador ou originador dos batistas. Eles não têm uma declaração de fé. Uma igreja batista é um grupo de crentes que considera a Bíblia como sua única fonte de autoridade e Jesus Cristo como o cabaça da igreja.

3 Os Batistas Regulares
A igreja Batista Regular é uma denominação cristã evangélica, de orientação batista mais conservadora e fundamentalista. A denominação, ou movimento como costumam chamar, foi fundada em 1932 quando foi organizada a General Association of Regular Baptist Churches (GARBC) por batistas que se separaram da Convenção Batista do Norte, dos Estados Unidos, liderados por Howard C. Fulton. A separação deu-se devido à discordância ao liberalismo teológico que estava surgindo e minou as bases de todas as denominações desse país.
No Brasil, o movimento chegou à região norte em 1935 e 1936 com os missionários William A. Ross e Edward Guy McLain respectivamente. MacLain ao chegar ao Brasil se instalou em Juazeiro do Norte/Ce, onde se deu início à 1ª Igreja Batista Regular do Brasil. E, no Nordeste, através dos missionários Carleton e Adelaide Mateus em 1932, na cidade de São José de Mipibu no estado do Rio Grande do Norte.
A sua doutrina é bem mais conservadora do que a de outros batistas, pois são fundamentalistas e separatistas. Dependendo da congregação, pode variar em relação ao calvinismo, ou ao arminianismo, ou nenhum dos dois. Entretanto, os calvinistas representam o pensamento dominante do movimento. São pré-milenistas dispensacionalistas e, tenazmente, rejeitam o pentecostalismo e qualquer de suas expressões.
Hoje conta com mais de 700 congregações, 5 seminários, uma editora e vários acampamentos. Com destaque de sua presença marcante, quanto ao restante do país, os campos do Rio Grande do Norte, Ceará São Paulo.

A) Organização
Os batistas regulares preservam o princípio histórico dos batistas quanto a autonomia da igreja local. Estas igrejas reúnem-se para comunhão através de associações estaduais, e estas representam-se nacionalmente por meio da Associação de Igrejas Batistas Regulares do Brasil (AIBREB).
Como expressão de um movimento, esse grupo considera que para ser uma igreja batista regular não é necessário estar ligado a qualquer associação, desde que mantenham os distintivos históricos dos batistas, sejam conservadoras, fundamentalistas, e preservem a mesma doutrina e prática. Entretanto, qualquer igreja só pode associar-se a AIBREB se estiver ligada a uma das associações estaduais.

B) Fundamentalismo
Apesar do desgaste do termo na modernidade, propagado pela mídia devido ao terrorismo islâmico, eles insistem em mantê-lo considerando outros movimentos absolutistas e totalitários como pseudo-fundamentalismo ou neofundamentalismo.
Por fundamentalistas eles simplesmente querem dizer que creem em:
·         A inspiração verbal e plenária das Escrituras.
·         O nascimento virginal de Cristo.
·         A crença no sobrenatural, ou seja, nos milagres da Bíblia.
·         A morte vicária e substitucionária de Jesus.
·         O seu retorno pessoal e iminente.