Quem somos

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Descrição Geral

O movimento Batista Regular é uma denominação cristã evangélica, de orientação batista mais conservadora e fundamentalista.

História

A denominação, ou movimento como costumam chamar, foi fundada em 1932 quando foi organizada a General Association of Regular Baptist Churches (GARBC) por batistas que se separaram da Convenção Batista do Norte, dos Estados Unidos, liderados por Howard C. Fulton. A separação deu-se devido ao liberalismo teológico que solapou as bases de todas as denominações desse país.

No Brasil, o movimento chegou à região norte em 1935 e 1936 com os missionários William A. Ross e Edward Guy McLain respectivamente. MacLain ao chegar ao Brasil se instalou em Juazeiro do Norte / Ce, onde se deu inicio a 1o. Igreja Batista Regular do Brasil. E, no Nordeste, através dos missionários Carleton e Adelaide Mateus em 1932, na cidade de São José de Mipibu no estado do Rio Grande do Norte.

A sua doutrina é bem mais conservadora do que a de outros batistas, pois são fundamentalistas e separatistas. Dependendo da congregação, pode variar em relação ao calvinismo, ou ao arminianismo, ou nenhum dos dois. Entretanto, os calvinistas representam o pensamento dominante do movimento. São prémilenistas dispensacionalistas e, tenazmente, rejeitam o pentecostalismo e qualquer de suas expressões.

Hoje conta com mais de 700 congregações, 5 seminários, uma editora e vários acampamentos. Com destaque de sua presença marcante, no território do brasileiro.

Organização

Os Batistas Regulares preservam o princípio histórico dos batistas quanto a autonomia da igreja local. Estas igrejas reúnem-se para comunhão através de associações estaduais, e estas representam-se nacionalmente por meio da Associação de Igrejas Batistas Regulares do Brasil (AIBREB). Como expressão de um movimento, esse grupo considera que para ser uma igreja batista regular não é necessário estar ligado a qualquer associação, desde que mantenham os distintivos históricos dos batistas, sejam conservadoras, fundamentalistas, e preservem a mesma doutrina e prática. Entretanto, qualquer igreja só pode associar-se a AIBREB se estiver ligada a uma das associações estaduais.

Fundamentalismo

Apesar do desgaste do termo na modernidade, propagado pela mídia devido ao terrorismo islâmico, eles insistem em mantê-lo considerando outros movimentos absolutistas e totalitários como pseudo-fundamentalismo ou neo-fundamentalismo.
Por fundamentalistas eles simplesmente querem dizer que creem em:
  1. A inspiração verbal e plenária das Escrituras.
  2. O nascimento virginal de Cristo.
  3. A crença no sobrenatural, ou seja, nos milagres da Bíblia.
  4. A morte vicária e substitucionária de Jesus.
  5. O seu retorno pessoal e iminente.

Distintivos Batistas

Normalmente, para expor seus distintivos de forma didática, eles os expressam pelo seguinte acróstico: BATISTAS.
  • Bíblia como única regra de fé e prática.
  • Autoridade de Cristo como o Cabeça da Igreja.
  • Trabalho dividido em dois ofícios: pastores e diáconos.
  • Imersão (batismo) e Ceia: as duas ordenanças.
  • Sacerdócio individual de cada crente.
  • Todos os membros regenerados e batizados.
  • Autonomia da igreja local.
  • Separação entre a Igreja e o Estado, e da heresia.

Práticas

Rejeitam as expressões modernas da música gospel, certos tipos de instrumentos, principalmente os de percussão  As mulheres são incentivadas ao uso de saias e vestidos. A maquiagem não é proibida, todavia recomenda-se o bom senso para evitar exageros. Jovens não podem cultuar tatuagens, piercings e mutilação corporal. Ensinam a castidade, os jovens devem guardar-se até o matrimônio, sofrendo a disciplina da comunidade (Igreja) caso infrinjam o princípio. Proíbem também o casamento entre não evangélicos e seitas pseudo-cristãs como o adventismo, mormonismo e testemunhas-de-jeová. Os homens devem se posicionar como líderes da família, tanto no aspecto espiritual como no secular. Abominam o divórcio e o novo casamento, exceto por morte do cônjuge.

Descrição Especifica

A Associação de Igrejas Batistas Regulares do Brasil (AIBREB) tem muita história para contar ao longo de seus 56 anos.

Desde sua fundação, em 20 de maio de 1953, que seus presidentes e membros estão construindo a identidade do Movimento. Identidade esta que tem obrigatoriedade em passar pelos nomes dos missionários Edward Guy MacLaine, o pioneiro, e Jim Wilson, principal articulador da AIBREB.
O missionário Edward MacLain sintetiza uma casta missionária que aportou em solo brasileiro na década de 30, disposta a implantar um movimento de igrejas fundamentalistas forte, dinâmico e planejado.

Os evangelizadores pioneiros se tornaram, com o passar dos anos, exímios empreendedores evangélicos. Os primeiros dez anos nos foram marcados de sonhos e planejamento.

Na década de 50, o Movimento Batista Regular andava de vento em polpa. Nesta época começaram a surgir as organizações, com destaque para as associações, os seminários, colégios e acampamentos. A AIBREB surgiu neste período começando assim a se concretizar o sonho dos pioneiros.

Mas, nem só de alegria vivem os batistas regulares do Brasil. A história da Associação está vinculada a uma trajetória de luta contra iniciativas que tentam minar a pureza das Sagradas Escrituras.

Por exemplo, na década de 60, o ecumenismo já rondava a liderança. A Igreja Católica Romana e o Concílio Mundial de Igrejas foram os responsáveis pela disseminação dessa cultura que recebeu repúdio dos batistas regulares.

Para pulverizar o ecumenismo na década de 60, a Associação das Igrejas Batistas Regulares do Brasil colocou em evidência estudos mostrando a ameaça que o Evangelho estava recebendo.

O posicionamento da AIBREB ajudou no discernimento de alguns pastores que até então estavam confusos diante da doutrina em evidência. Na época o Movimento esteve aliado ao Concílio Internacional de Igrejas Cristãs (CIEF-ICCC), principal base de oposição aos pseudo-integralistas da religião.

A década de 70 também não foi fácil para os batistas regulares. Desta vez, o tema refutado foi a maçonaria. Muitos crentes, inclusive pastores, estavam frequentando a igreja e a loja maçônica. Mais uma vez a AIBREB prestou um relevante serviço ao Movimento Batista Regular.

A maçonaria avançava fragmentando as igrejas e a Associação encarou o problema de frente. Nomeou uma comissão para estudar e apresentar o tema em assembleia.

A Comissão foi instituída em 1975, em reunião realizada na Igreja Batista de Tevelândia (hoje Manancial) e composta pelos irmãos Manoel Moraes, David de Lima Gino e José Orlando.

A Comissão apresentou o estudo em 1977 em uma reunião realizada na igreja de Americanopólis-SP. O posicionamento da AIBREB foi radicalmente contra o ingresso de pastores e membros das igrejas na Maçonaria. Em princípio houve muita resistência, mas depois todos se uniram em apoio à Associação.

Outras investidas da Associação foram no campo da comunicação social. Mas nem sempre a diretoria obteve êxito nessa área. As dificuldades financeiras e a falta de consciência deixaram por muito tempo o órgão informativo do Movimento fora de circulação.

O veterano Renato Volpi dirigiu a AIBREB durante três biênios. Sua principal bandeira de luta foi a união do grupo. Uma das alternativas usadas pelo pastor Volpi foi incentivar a troca de experiências entre as diversas regiões brasileiras, conscientizando as lideranças quanto à importância do jornal O Batista Regular.

Os anos 80 os batistas regulares foram caracterizados pela polêmica Calvinismo x Arminianismo. Grupos internos se digladiavam e trocavam acusações. O agravamento da situação criou um clima semelhante a duas infantarias em plena selva lutando por uma convivência no mesmo território. De um lado, a tropa arminiana que era vista como indo longe demais em sua posição. Do outro, encontrava-se a calvinista, acusada de descambar para o hipercalvinismo.

O programa da Associação de 1987, em São José dos Campos-SP, ajudou na pacificação dos grupos. A entidade abriu espaço na Plenária e colocou representantes das duas frentes para exporem suas proposições. O resultado foi surpreendente! Descobriu-se que as diferenças não eram tão grandes e que os dois grupos teriam condições de prosseguirem juntos no mesmo campo de trabalho.

A década de 90 foi a mais conturbada para os batistas regulares. O enfoque deste período gira em torno da doutrina da separação e do carismatismo.

Os meios de comunicação, a modernidade e a globalização são os principais responsáveis pelo alastramento destes males. Foi um período de muito sofrimento. Igrejas amadas e obreiros queridos saíram, outros foram excluídos do nosso grupo.

O século XXI e a sua primeira década se nos apresenta com alguns desafios. Têm os batistas regulares outros dois inimigos a enfrentar: o neo-pentecostalismo, com o seu evangelho de prosperidade e a sua liturgia gospel, e o neo-evangelicalismo a tentar solapar os alicerces do fundamentalismo bíblico.

Cabe a nós ante as novidades que despontam nos arraiais evangélicos hodiernos, enquanto Movimento que se preocupa com a sã doutrina e com a pureza do Evangelho, continuar batalhando “pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3); primar por uma adoração que consulte ao caráter de Nosso Senhor Jesus Cristo e seja sempre tributada ao Deus Trino “em espírito e em verdade” (João 4:23-24).

É necessário, ainda, debatermos a situação do mundo e da igreja ante a pós-modernidade, o relativismo e a neo-ortodoxia que imperam neste mundo globalizado, visando à reafirmação de posições batistas regulares firmadas no passado, principalmente sob o âmbito da separação eclesiástica tanto do estado quanto daqueles que afirmando ser conservadores estão a admitir junções e diálogos com os que já se afastaram “da simplicidade que há em Cristo” (II Coríntios 11:3). Daí ser necessário uma confrontação diuturna com o neo-evangelicalismo.

Após setenta anos de jornada clamamos por uma retomada de posição que reflita bem de perto a nossa identidade e faça a diferença no viver dos crentes que estão brotando neste novo século, no seio das igrejas batistas regulares, pois necessitamos de homens que se levantem como atalaias de Deus, novos apologistas e polemistas, para honrarem o nome de Jesus, defenderem as coisas do céu e amarem a um grupo que tem história e vida tanto na sustentação da fidelidade à Bíblia quanto na defesa das doutrinas fundamentais do Cristianismo Bíblico.  

A Associação das Igrejas Batistas Regulares do Brasil continua crescendo. Hoje, a Entidade conta com cerca de 700 igrejas, e mais ou menos 50.000 fiéis. A cada ano surgem novas frentes de trabalho filiando-se à organização. Os dirigentes da AIBREB assumem novos desafios revigorando o meio e estabelecendo as metas para a continuidade de um crescimento que visa a glória de Deus (I Coríntios 10:30-31).

REFERÊNCIAS

WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico. Disponível em: . Acesso em: 8 Jun 2009.

O BATISTA REGULAR. Entrevista do Pr. David de Lima Gino ao OBR, AIBREB, outubro a dezembro de 1998, Ano 25, Nº. 78, p.6.

AIBREB 2009. Complemento do Pr. Evaldo de Oliveira Moraes para atualizar a história. Natal, 19 a 23 de 2009.

Actualizado em (Quarta, 10 Junho 2009 00:13)

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